segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Old Friend ...


Amigos vão... amigos vem...” Dizem que essa é a lei da vida. Cada pessoa tem o seu momento, a sua maneira de viver e nem sempre o tempo dela condiz com o seu tempo. Nem sempre a maneira como ela quer viver é o que você planeja pra você. Sabe como é né... o ser humano é um bicho muito complicado. Lidar com ele talvez seja uma das tarefas mais complexas que eu conheço. 
E aí, quando você se dá conta, seu amigo do peito, aquele com quem você planejava as mais fantásticas viagens, os melhores shows, as férias de verão mais animadas... vai embora. Ele simplesmente vai. Às vezes essa ida é antecipada, seja por um desentendimento que gera mágoa, seja por uma mudança brusca de cidade. Mas na maioria das vezes, ela é tão lenta que nem percebemos. Eles simplesmente mudam seu jeito de ser, suas atitudes, suas escolhas.  E aí, vocês passam a se ver cada vez menos, a intimidade já não é mais a mesma, os encontros já não são tão animados como eram antes. E aí os meses correm, os anos passam e quando você encontra essa pessoa na rua, assim, sem querer, ela nada mais é do que um simples conhecido. Sim, o seu amigo do peito, seu confidente, companheiro, não passa de um estranho aos seus olhos. E você se dá conta que não foi só a barba dele que cresceu, ou os quilinhos a mais que ele ganhou. Você percebe que ele está sentado na mesa ao lado da sua com os seus novos amigos do peito, você percebe que você não está nas fotos do novo álbum dele no facebook e que ele nem sabe que você trocou o número do seu celular, até porque, mesmo que ele soubesse, não faria diferença. E a marca da distância fica evidente na frieza dos “oi, tudo bom?” por simples educação. E você finalmente cai em si e vê que vocês não se falam mais, não se ligam, nem se interessam mais um pela vida do outro. E isso dói. Dói, porque você percebe que perdeu seu grande amigo e por mais que você queira virar pra ele e falar a puta falta que ele faz ao seu lado, você simplesmente retribui com um “oi, tudo bom e vc?”. Porque você tem medo daquela aproximação súbita, medo de uma suposta rejeição, medo de um mal estar constrangedor.
Mas talvez um dia vocês voltem a se encontrar pelas festas da vida e quem sabe, bêbados (sim, bêbados, porque quando você está bêbado, você vira um homem de coragem), troquem abraços, carinhos e desculpas. Talvez ele diga que sente a sua falta e você diga que nunca queria ter se afastado dele. E talvez vocês desfrutem juntos aquela noite e façam dela exatamente igual as antigas noites que vocês passavam juntos, rindo, bebendo e se divertindo. Mas, por certo, isso não trás de volta todo o tempo que passou. E no dia seguinte, você vai acordar com uma puta ressaca, sem saber como teve coragem de fazer tudo aquilo. E vai achar que ele nem se lembra de tudo o que aconteceu. E talvez você resolva deixar um recado para ele numa das infinitas redes sociais (sim, porque pelas redes sociais vocês não amigos, claro). E você vai perceber que não tem foto sua no álbum novo dele, muito menos no álbum daqueles que fazem a vida dele feliz, os dos quais ele nunca vai esquecer. Não, não... a sua foto continua naquele último álbum, aquele que nem mais é atualizado, aquele álbum que você nem sabe se existe porque os momentos vividos realmente merecem ser lembrados ou porque a pessoa esqueceu de apagá-lo. E você desiste do recado, desiste de procurar a pessoa, desiste da amizade de vocês. Que burro que você é, afinal. As pessoas mudam e ninguém é obrigado a sentir a mesma coisa que você sente. Ninguém é obrigado a sentir falta de você, da sua amizade, da sua companhia. E porque você percebe que assim como aquele álbum, você não passa disso, de uma lembrança boa que deixou sua marca, mas que infelizmente, ficou pra trás.
E bola pra frente, vida que segue. Até que outra festa surja, pelo menos.

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